quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Prima Vera

Rosas brotavam naquele jardim de sonhos onde borboletas de esperança chamavam a liberdade.

As cores destacando as maravilhas de se estar vivo. Suaves ou gritantes, desbotadas, castigadas pelo tempo.

Meu amor que de tão perto se tornou distante. Voou das minhas mãos e foi de encontrar com o vento. O vento calmo ou feroz que nossas memórias carrega.

Um pote vazio. Chuva. Janelas fechadas. Uma carta. Pouse ao meu lado e dorme em meu seio teu sono sereno de amor.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Chuva de verão

Ha meio metro de distância enxergo minha liberdade
De baixo dos seus óculos de grau
Na luz dos seus tímidos olhos verdes
No seu sorriso bobo que nasce a cada palavra estúpida que eu digo.
Louco, simples, sem explicação.
Assim vejo o amor.
Como um raio.
Um raio que cai de repente.
E então o trovão.
O trovão são as batidas de um coração em tempestade.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

História sem fim

Seu sorriso é como os raios do sol
 iluminando as manhãs de todos os dias
em que ouso encher os meus pulmões de ar.

Serei eu? Será ele capaz de me amar?
Oh céu brilhante! Imensidão magnifica!

Suspiro enquanto penso.
Respiro e lamento.
Grito aos quatro ventos. Te quero.

Anjo meu, me leve em suas asas.

Oh, príncipe dos olhos de esmeralda
poderei eu ter a honra de ter o teu coração?

Letícia Lyns


domingo, 6 de julho de 2014

Vivendo para a felicidade

  Já me peguei sorrindo a toa, daquele jeito quando nos olhamos no espelho e nos sentimos bonitos, ou quando paramos para pensar na vida e percebemos que nada de errado aconteceu nesses últimos dias.

                                                    Afinal, no que consiste a felicidade?



           A felicidade é uma coisa engraçada. Não por nos fazer sorrir mas, porque as vezes parecemos bobos e ingênuos correndo atrás da danada que nunca para em um lugar só.
           Muitos acreditam que a verdadeira felicidade vem do amor. Acho que essa deve ser a razão pela qual os homens de hoje em dia se julgam tão infelizes. Estão tão preocupados em ser alguém na vida que se esquecem que para ter amor, é preciso amar. E isso não acontece de uma hora para outra.
           Amar é mais do que um anel bonito, é mais do que dizer que se importa. Quem ama sente nos ossos a vontade interminável de fazer outra pessoa feliz. Quem ama cuida. Se arrisca. Abraça. Quem ama, se ama e quem se ama, ama. Amar é olhar no espelho todos os dias e dizer a si mesmo que é especial e que o mundo lá fora estava esperando que você acordasse para iluminar o dia. Amar é agradecer todos os dias por estar vivo. O amor é como um reino, se constrói, se conquista.
          Eu acredito que a  felicidade se baseia nos prazeres da alma. A sensação de ter sorte na vida; de ser livre sem restrições ou acordos; respirar fundo sem medo de ser o ultimo suspiro; caminhar á frente sem medo de arrependimentos; olhar para trás e ver que suas memórias estão ali, e que se estão ali é porque você teve uma vida, e só o fato de existir já é mais de meio caminho para ser feliz.
         Acredito que a felicidade é conquistada. Atraída. Então não corra atrás dela. Mas quando te disserem que ha várias formas de conquistá-la, acredite. E não tenha medo nem vergonha de realizar sonhos ou desejos escondidos, pois são os pequenos prazeres da vida que faz valer a pena dizer que "eu vivi".
       
         A vida é uma bomba relógio. Nunca se sabe quando vai explodir. Mas quando a hora chegar, eu desejo de coração que exploda de FELICIDADE.

Letícia Lyns  

       

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Que eu não pereça

As vezes me vejo em uma guerra onde a mente é inimiga da alma.
Pessoas vivem a procura do que as faça sobreviver.
Ou seria o contrário?
As vezes me pergunto como seria encontrar com a morte.
Quanto tempo um homem consegue se esquivar dela?
Enquanto penso, busco pela luz.
Meu grande desafio.
A luz que me trará as respostas.
Dúvidas são infinitas.
A vida também deveria ser.
Creio que os anjos poderão me explicar.
Quando a doce morte, perturbada pelo homem, resolva me beijar.
Afinal, ninguém vive para sempre!
Só rezo para que minha alma não morra antes do meu corpo cansado parecer.
Rezo.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Memórias



Muitas vezes nos perguntamos de onde viemos. Quem nunca pegou um álbum antigo de família e começou a folhear relembrando os velhos tempos? As fotos de quando era criança, aquele almoço de domingo na casa da avó, as idas ao cinema com os amigos no colegial, o primeiro beijo.
  O fato é que as lembranças sempre estarão marcadas de alguma forma em nossas historias. Essas que muitas vezes se cruzam em algum momento da vida, entrelaçando destinos e criando alianças. As pessoas sempre estarão por aí esperando para fazerem parte de uma dessas histórias. Todos nós queremos ser importantes em algo, ou para alguém.
  Algumas dessas pessoas entram em nossas vidas para não sair. Surgem de repente, te viram do avesso e marcam suas memórias. Você já parou para se perguntar quando foi a ultima vez que você falou com aquele amigo do colégio? Ainda sabe qual a sua melhor lembrança com aquele seu avô favorito? E o que você anda fazendo para manter esses “flash backs” vivos em sua mente?
   De onde viemos? Viemos do passado. Da primeira vez em que se pisou num palco ou encarou um público, do primeiro poema que escreveu, a primeira vez dormindo fora  casa, o primeiro sonho, aquele de quando criança em que você queria ser médico, professor ou até um músico de sucesso!
  Viemos das lembranças de nossos pais quando planejavam uma família, ou até os que não planejavam, mas que guardaram em suas mentes o quão maravilhoso era permitir que mais uma vida viesse ao mundo.
  Minhas melhores lembranças são as minhas irmãs e a primeira vez em que cantei em público, ali eu tive a certeza do que queria fazer da minha vida. Desde pequena cantando com a escova de cabelo imitando famosos na frente do espelho.
  Nós viemos do passado. E o passado é a base para escolhermos como seguiremos no presente para que o futuro chegue, bem como o planejado, ou não, mas que ele chegue. Então agradeça pelo seu passado, por mais constrangedor, doloroso, estranho (tenho certeza que também houve muita coisa boa que vale a pena guardar) que possa ter sido o seu ou o de qualquer outro, pelo menos ele existe, e se existe significa que você está vivo, seja literalmente ou apenas nas memórias de um diário ou de alguém.
  Talvez seja hora de pegar aquele diário escondido de baixo da cama, colocar aquela sua música favorita de uns 5 anos atrás pra tocar, e compartilhar com alguém, ou que tal mandar uma carta para aquela sua amiga que mora longe, carta sim! Fazer uma surpresa, ao invés do comum email ou mensagem no facebook.
   Aquela velha história de “Bons tempos não voltam mais” é bobagem! Eles nunca foram embora para começo de conversa. Pois os carregamos conosco o tempo todo, e quando chegar a hora de deixarmos esse planeta, esses “bons tempos” estão nas memórias de quem também fizeram parte deles e que passarão esse legado de geração a geração. As pessoas não mudam. Elas evoluem. E essa é mais uma das funções que a lembrança tem. Mostrar o quanto podemos evoluir e a que devemos dar valor.
    O passado é a única certeza de que algo ou alguém existiu. E então, qual é sua melhor memória? 

Leka Ribeiro

sexta-feira, 14 de março de 2014

Me rendo

Me rendo.

Ela sentou em baixo da árvore, encostou sua cabeça nos ombros dele, levemente foi se aconchegando.
O céu e as nuvens eram testemunhas daquela estranha, porém bonita amizade que ali crescia.
Me rendo.
Ja era tarde, e mesmo assim o dia parecia estar apenas começando.

- Não quero ir. - Ela disse.

- Você não precisa ir. - respondeu ele - Um dia todo mundo vai. Mas não significa que você tenha que ir.

- Mas se todo mundo..

- Todo mundo, desse mundo. Anjos não morrem. - interrompeu ele.

Havia lágrimas em seus olhos, mas também havia um sorriso em seu rosto branco que aos poucos se tornava rosado pela timidez. Ele sabia que a hora chegaria, mas esperava que não fosse tão rápido. Esperava que mesmo depois que ela o deixasse na Terra, estaria ao seu lado o tempo todo. Ele esperava.

Me rendo.

A noite estava brilhante.
As estrelas enfeitavam o céu negro como cascatas de purpurina. O problema no coração se tornava microscópico diante da imensidão criada por Deus.

- Seu problema é tão minúsculo diante d'Ele, que Deus precisa de uma lupa para te curar. E ele vai! Você vai ver! - Ele disse

- Meu coração já está alegre o suficiente. Você pode parar, antes que eu exploda por favor?! - Ela sorriu

- Ainda não! Falta um coisa.

Ele foi se aproximando do seu rosto frio, a acariciou com as pontas dos dedos, tirou seus cabelos negros do rosto, e com um toque suave, beijou seus lábios rosados. O primeiro e talvez o último dos beijos que fizeram o tempo no mundo parar.

"Prometa que não vamos nos apaixonar" ( ele disse há um mes atrás)

- Mas você disse que...

- Eu sei o que eu disse. Me rendo. - confessou ele

- Eu vou morrer. - ela choramingou

- Não, apenas seu corpo vai. Mas você vai estar aqui, sempre, sempre. - ele disse apontando para o coração e com lágrimas que não paravam de cair.

Eles ficaram ali, debaixo da árvore, sobre o céu infinito. Envolvidos num abraço sereno, amável.

Me rendo.

Uma vez disseram que não se pode evitar a morte. Mas podemos talvez enganá-la. Um doador apareceu sabe-se lá de onde, sabe-se lá quem. Mas agora ela estava ali, viva, e podia viver mais e mais, por anos e anos..

Seu coração novo batia, batia forte, e apaixonado. Mas onde estava seu amor?
No jornal uma notícia a fez entender, mesmo que não quisesse, tudo.

"Jovem morre em acidente, ao voltar para casa"

Em um soluço, ela aperta forte as mãos.

- Anjos não morrem.

Leka Ribeiro

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Nós temos voz!



 Lembro-me uma vez ter dito que queria mudar o mundo. Cheguei a ouvir que isso era uma bobagem e que eu não poderia bancar a heroína e sair salvando o planeta.
 Isso me fez querer ainda mais mostrar para as pessoas que, é possível sim transformarmos o mundo. Se cada um fizer a sua parte, se compartilharmos atos de bondade, isso se torna contagioso, como uma corrente que vai aos poucos se formando à medida que outras pessoas vão sendo tocadas pela gentileza, pela coragem, pela fé.
  Ao participar da manifestação que ocorreu no CEP em Artes Basileu França, como porta voz dos alunos, eu me senti fazendo algo tão importante, tão grande, que vi meu sonho ali se realizando. O sonho de lutar pelo direito de amar, de sonhar, de acreditar, de crescer, de ter o trabalho reconhecido.
  Foi emocionante ver crianças, adolescentes, adultos e até idosos lutando pelo mesmo objetivo de resgatar os direitos e o valor de um dos centros profissionalizantes mais importantes de Goiás, que para nós, é mais do que uma escola. Para muitos, um segundo lar.
  Conheço vários grupos que lutam por uma causa, vários jovens ativistas e idealistas como eu, capazes de criarem projetos onde a educação, a justiça, a humildade, e o bom senso são pontos de destaque, e o “ponta pé“ inicial para a batalha por um futuro melhor. Projetos que na maioria das vezes passam despercebidos aos olhos daqueles que administram nosso país. O que é um absurdo, e uma pena.
 O Brasil está passando por uma situação onde pensam mais com os pés do que com a própria mente e quem pensa com o coração, é taxado de fraco e ingênuo. Uma situação onde ousam dizer que adolescentes não tem a capacidade de fazer denuncias, ou de escrever textos bem elaborados. A educação não está apenas dentro das escolas senhores, a educação vem de berço, e muitas vezes é adquirida através da curiosidade, pela investigação, a busca de informações que hoje em dia está acessível para todas as idades.
  Em meus poucos 18 anos de idade, posso dizer que vi o suficiente para saber pelo o que lutar, e para garantir que vale a pena enfrentar as mentes fechadas que andam por aí, e correr atrás dos seus objetivos para chegar cara a cara com quem sempre duvidou de você e dizer de cabeça erguida, eu venci.

  E nós adolescentes, temos sim, a capacidade de reivindicar nossos direitos. Na verdade todos nós temos a capacidade de fazer coisas maravilhosas, todos podem ser ouvidos, apenas precisamos saber usar essa arma poderosa que o ser humano tem, chamada voz.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Carta ao governador


Senhor governador, em meus poucos 18 anos de idade, já tive o prazer de viver muitas coisas maravilhosas, uma delas, foi ter conseguido entrar no Cep em Artes Basileu França que na época ainda era apenas Veiga Valle e a maioria das outras passei nos palcos daquele teatro.
  Eu nunca iria imaginar que poderia realizar o sonho de estudar teatro e música, pois achava que era impossível por questões financeiras. Mas então ele estava lá. Esperando-me de portas abertas, e com uma excelente diretora. E é com lágrimas nos olhos e um grande aperto no coração, que envio essa mensagem de apelo, para que nossa escola continue sendo exemplo em Goiás!
 E como vamos garantir isso, sem professores? Como vamos garantir que nossas crianças e meus colegas adolescentes, tenham acesso a arte e cultura sem pesar no bolso? Como vamos garantir que não apenas as crianças de classe média e alta tenham esse acesso?  Criança que pode trabalhar a criatividade cresce um adulto e profissional melhor no futuro!
 Sei que o senhor tem filhas, e um dia suas filhas terão filhos, e depois netos, então te peço encarecidamente que pense com coração de pai, pois aquela escola não é só uma escola, ela é o nosso lar, e aquelas criancinhas da Arte Educação, são o nosso futuro! E sem esquecer que para chegar ao curso técnico, superior e então o mercado de trabalho, todos, passamos por uma iniciação antes.
 Arte também é trabalho, mas não é só isso! Arte é uma das formas mais bonitas de se ensinar a amar a vida. Se nossas crianças são o nosso futuro, e não podem aprender arte, então como será nossa cidade sem amor?
 Tudo o que pedimos, é mais valorização a cultura, e que se querem mudanças na escola, que sejam mudanças positivas, de acréscimo e não cortes! Precisamos de mais professores e não menos! Não existe idade para fazer arte! Nossas crianças não são apenas crianças. São o futuro no nosso estado.
 E nós, somos o Veiga Valle. 
 Desde já, agradeço.

 Em nome de todos os alunos e artistas dessa cidade.            
 Abraço

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Distante

Em meu canto, o pranto existe.
Apenas tente, a mente, um palpite.
Saudade que arde e implora.
Vontade que nasce e chora.
Manhã que amanhece escura.
Noite que adormece impura.
Memórias guardadas a sorrir.
Vitórias prometidas a cumprir.
Promessas a vagar em brisa fria.
Destinos a rezar em agonia.
Um grita a Deus, sua volta.
O outro senta, espera e ora.
Pensamentos cruzados.
Corpos separados.
Esperança do abraço.
A distância de um passo.

Leka Ribeiro

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Projeto XYZ - Take 1 - 2°parte

Continuação das entrevistas...

J. - 16 anos

Quer fazer sucesso no trabalho.
Virgem
Lida com os pais com respeito.
Em relação a sociedade de hoje, ela diz que está tudo banalizado, como o fato das drogas e da prostituição.

E. - 18 anos

Quer se formar e fazer mais cursos, se casar e constituir família.
Virgem.
Tem um relacionamento aberto com os pais. Conversam sobre tudo, com verdade e respeito.
O que mais chama sua atenção na sociedade é a crescente onda da homossexualidade.
Ela diz que a sociedade de hoje se comporta cegamente e inconsequentemente, como se todos fossem adolescentes em explosão de hormônios.

A.C. - 18 anos

Quer se formar e se casar.
Virgem.
Tem um ótimo relacionamento com a mãe.
O que mais chama atenção na sociedade para ela, é o fato das crianças de hoje não aproveitarem a infância e os adolescentes só quererem saber de farra e bebida alcoólica.

C. - 17 anos

Quer se formar.
Virgem.
Ela levanta a questão da humildade que está em falta na sociedade atual e ainda diz: "Há pessoas que não tem amor nem pelas crianças!"
Ela diz que o comportamento da sociedade é péssimo.

C. M. - 18 anos

 Quer se formar.
 Lida muito bem com os pais.
 Virgem.
 Pergunto o que mais chama atenção na sociedade, e ele responde: "O imediatismo que a move"
 Ele diz que as pessoas (principalmente os jovens) são muito imediatistas, e ansiosos para que tudo aconteça rapidamente. E ainda diz: "Confesso que até eu mesmo sou assim. Já queria estar formado, ganhado dinheiro..não aguento nem esperar 2 minutos pra pipoca de microondas ficar pronta (risos). Isso também vale para os relacionamentos". "Mas também acho que a sociedade nestes últimos tempos, anda mais alerta e participativa, protestando contra o que há de errado." Completa ele.


L. - 14 anos

Quer se formar.
Virgem.
Lida bem com os pais.
O que mais a chama atenção na sociedade são os padrões estabelecidos por ela.
Ela diz que a sociedade está com comportamentos cada vez mais degradantes.

Fim da primeira etapa das entrevistas.
Logo posto o resultado desse primeiro take!




quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Quando o amor acontece

 "E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?
 E quem irá dizer que não existe razão? " - Legião Urbana

 Eu não sou muito animada com viagens, principalmente as que minha família faz. Sempre os mesmos lugares, os mesmos rituais, as mesmas coisas...eu pensei que viajar fosse sair da rotina, e não criar uma nova. Nesses últimos anos eu não tinha uma gota de vontade de pegar a estrada e quando pegava, ficava contando os dias pra voltar pra casa (eu tinha outros motivos). 
 Esse ano eu tinha que ensaiar nas férias, pra Ópera que vou participar no segundo semestre, eu não deveria viajar. Mas acabei viajando mesmo assim. Ainda bem.
Foi a primeira vez em tempos, que eu não tive pressa de voltar.

 Uma vez me disseram que quando Deus planeja, tudo dá certo pra acontecer.
 Fiquei 5 dias em Minas e depois fui para Cabo Frio- RJ, como todo ano desde os meus 7 anos de idade.
 Cheguei no RJ com a mesma cara que sempre chego, aquele que lamenta o fato de eu não poder ir todos os dias na praia por conta da minha sensibilidade na pele que me faz ter alergia de tudo que me toca (ou quase tudo), e questão de o sol me torrar devido a minha pele de nega ná, e eu ficar parecendo o Sr Sirigueijo.
Mas como dizem, quando a coisa tá feia, ou piora ou algo muito bom vem recompensar. 

 No terceiro dia de viagem eu não estava nenhum pouco a fim de sair naquele sol de rachar os miolos, mas já não estava muito animada por não poder aproveitar direito a praia, e eu não queria ficar sozinha no apartamento enquanto todo mundo saia pra fazer alguma coisa. Então meus primos resolveram ir numa tal "loja massa", e eu fui. Eu conheço essa cidade há uns 11 anos, e nunca tinha visto, reparado, ou sequer passado por aquela loja. Mas foi assim mesmo. O lugar certo. No dia certo. Na hora certa.

 Ele atendeu a gente e eu tentava não encarar aqueles olhos verdes brilhando pra cima de mim. Eu tentei. Juro que tentei. Mas ele me olhou e alguma coisa dentro de mim, alguma coisa que a muito tempo eu não sentia, resolveu fazer barulho. Mas meu passado negro que me perseguia, me fez acreditar que eu estava equivocada. Ele era bonito demais pra me dar moral. Eu? No estado que estava, descabelada, sem maquiagem, com o meu cabelo ruivo desbotado e minhas sardas saltando da cara...sem chances né?! Mas ele não parava de me olhar..

 Sai da loja com meu coração estranhamente acelerado, atravessei a rua e alguma coisa batucou na minha cabeça "volte". Eu tinha que pegar o telefone dele, ou pelo menos encará-lo mais uma vez, para eu nunca esquecer aquele rosto. E era impossível esquecer.


 E ai eu fui. Fiquei do lado de fora da loja por um tempo, sem coragem de entrar. Até que resolvi num ato de impulso, e nervosismo. Ele estava lá encostado no balcão, pensativo. Até passou na minha cabeça que ele estava pensado em mim kk' Então eu disse sem pensar num jeito melhor de fazer isso "Eu esqueci uma coisa na loja, seu telefone!" eu não acreditei quando ele foi buscar a caneta e anotou seu celular num cartão da loja, todo nervoso. Eu cheguei em casa com um sorriso de orelha a orelha. Toda boba.

 A gente ficou conversando por mensagem, e eu prometendo pra mim mesma que não ia me apegar. Mas eu estava cansada de fazer o que as pessoas acham que era certo pra mim, Tinha cansado de ser "certinha". Que mal tinha me apaixonar? Já que ha tempos eu não sentia nada por ninguém. Pelo menos nada que fosse real, verdadeiro. Marcamos de sair no dia seguinte, até que minha família resolveu ir pra Chatúzios (Búzios), sério..que cidade chata e cara, e ainda atrapalhou meu encontro! ¬¬ Mas ficamos conversando por mensagem, e eu descobri que ele também tocava e tinha um arco *-* eu amo arcos! Eu disse a ele que queria aprender a tocar gaita, ele riu e me perguntou o porque. Eu respondi: "Pra sentar na varanda, enquanto os pássaros voam e eu toco imitando o vento." Fazia tempo que eu não era tão profunda.

 Mas no dia seguinte ele disse: "Quero te ver como se não te visse ha tempos[...]Me encontra no calção da praia, em frente ao Bobs". 

 1° dia - Era fim de tarde e eu resolvi ir do mesmo jeito que ele me viu na primeira vez, natural, sem maquiagem nenhuma. Ele me tratou super bem, e foi a primeira vez em muito tempo, que eu me senti bonita de verdade sem precisar de um quilo de pó e lápis de olho. Fomos no museu do surf, depois sentamos em um banquinho na praça da cidadania e ficamos conversando por um bom tempo sobre um monte de coisas. Era como se já nos conhecêssemos ha anos. Então numa brincadeirinha onde descobri que eu era uma mutante..k' ele me beijou. Meu coração começou a dançar hip hop, merengue, valsa e tudo que é dançável..meu estômago parecia um borboletário. Ficamos caminhando e conversando, paramos para ver um pouco de palhaçaria que sempre tinha em uma rodinha na praça, perto da feirinha da orla, e foi tão bom. Ele me levou no apartamento e marcamos de nos ver no dia seguinte, mas um pouco mais tarde. Mas dessa vez, teve que ser no prédio.

 2° dia- Era aniversário da minha avó e eu não ia poder sair, mas queria muito ver ele outra vez, afinal, eu só teria mais 4 dias com ele antes de voltar para minha tediosa realidade. Então o convidei para o churrasco de aniversário, e foi até legal..eu bem que pensei que ele podia ficar entediado ou coisa do tipo, mas correu tudo bem. A não ser uma pegadinha sem graça que meus primos atrevidos fizeram, mas isso eu relevo. Ele era mais novo que eu, eu estava na faculdade e ele ainda não tinha terminado o ensino médio. Mas eu não me importei com isso. Tinha alguma coisa naquele garoto que mexia comigo. E eu gostava. Gosto.

 3° dia - Era domingo, e se chovesse ele teria que trabalhar. Fiquei torcendo para que fizesse sol (e olha que eu nunca gostei muito do sol), e ele apareceu, quente e brilhante como sempre. Passamos a tarde toda juntos na praia. Fomos no forte, no mirante, e mesmo sem poder entrar na água..foi perfeito. Voltamos para o apartamento, jogamos vídeo game, e foi como se ele já fosse da família. Então resolvi voltar para praia e arriscar entrar na água. Fomos sem nada. Só com a roupa de banho mesmo. Entramos no mar gelado de fim de tarde, e ficávamos tentando nos beijar enquanto as ondas vinham com tudo atrapalhar o momento. Kk' mudamos de lugar umas 3 vezes, tentando ir para um lugar mais calmo, mas parecia que Poseidon estava com ciumes..kk' até que conseguimos alguns minutos de mar sereno (Afrodite deve ter dado uma prensa no tio). Eu me senti como se estivesse em um filme, e eu era a protagonista vivendo o amor de verão. Porque em 3 dias, já tinha deixado de ser paixão.

 4° dia - Segunda feira, penúltimo dia. Foi nesse dia, que alí, no mesmo lugar do primeiro dia, em frente ao Bob´s, de frente para o mar..ele disse que me amava. E eu também o amava. Por mais estranho e rápido que fosse essa ideia, era real, e ai meu Deus, como eu pedi que isso acontecesse!
Saímos para comer, caminhamos por um bom tempo, e fomos para o apartamento. Ficamos sentados na área de lazer perto da piscina olhando as estrelas. Conseguimos ficar até 00:00 juntos. Foi perfeito.

Ultimo dia - Eu tinha me tornado uma pessoa fria, e durona. Eu não queria chorar. Mas amor é amor.
Fui para a praia mais cedo com a minha família, e na hora do almoço ele pediu que eu o encontrasse no mesmo lugar de sempre, no calçadão da praia. Eu fui, e como sempre, cheguei primeiro que ele kk' S2. 
Ele me beijou, e tirou da mochila uma caixinha que eu reconhecia bem. Dentro dela, a gaita. Meus olhos brilharam de alegria. Eu não sabia o que era mais lindo, ele ter se lembrado do que eu tinha dito ha 5 dias atrás, ou ter comprado a gaita e ter usado a hora do almoço pra me ver. Nos beijamos, e um cara passou nos vendo, parou e disse "Que beijo doce! Enquanto os casais aqui brigam, vocês ai no maior love!" Eu nunca vou esquecer desse momento. Eu o amava. Amo. E a cada dia mais. Mais tarde ele saiu mais cedo da loja, e me buscou no apartamento. Ficamos caminhando, fomos para a praia e eu mostrei as estrelas pra ele outra vez. Sirius o planeta Vênus estavam na mesma linha e brilhavam sobre nossas cabeças. Na frente, aquela imensidão do mar. Eu chorei. Chorei por lembrar de todos os momentos perfeitos que em tão pouco tempo, vivi mais do que todos os meus anos de existência. Chorei de saudade. Chorei de amor. Chorei de felicidade por sentir aquilo. Chorei por sentir. "Não chora meu amor" Ele me disse. Engoli o choro e ficamos alguns minutos a mais ali. Só curtindo um ao outro. O dia estava acabando, e o meu tempo também. Fomos comer, e depois passamos numa galeria. Sentamos em um banquinho lá mesmo e ficamos conversando, tirando fotos, e prometendo um ao outro que não seria a ultima vez. "Porque tá me olhando com esses olhinhos verdes?!" eu disse toda boba, e ele "porque eu não tenho outros" kkk' Besta! Eu te amo tanto! "Você é o meu alvo agora"
Quando nos despedimos na porta do prédio, ficamos um tempão tentando dizer tchau, mas eu não queria deixar ele lá. E ele não queria que eu voltasse pra casa. Mas tínhamos que ser fortes, porque o mais difícil aconteceu, que foi a gente se conhecer. E isso garantiu que num futuro beeem próximo, a gente se encontre outra vez. Choramos como dois bebês. E o ultimo beijo (do dia), me disse "Quando eu puder, eu vou atrás de você e te roubar pra mim." 

 Eu sinto falta do seu abraço. Eu sinto falta do seu carinho. Sinto falta de querer que a tarde passe rápido pra te encontrar a noite em frente ao Bob´s...Sinto sua falta. Mas eu sei que onde quer que você vá, eu vou estar esperando..no mesmo lugar..S2'

Leka Ribeiro

domingo, 26 de janeiro de 2014

Projeto XYZ - Take 1

Um dia meus pais me mandaram crescer, trabalhar e fazer uma vida para eu cuidar. De alguma forma eu deduzi que queria crescer, mas não daquela forma que eles estavam planejando pra mim. Não tão rápido. Aliás, e se fosse rápido? Que mal teria?
E eu até pensei que já estava na hora de eu agir como alguém mais velha, perder a virgindade, trabalhar, sair de casa...mas  e ai? E depois? Poxa, que confusão!
Foi então que percebi que algo estava errado comigo. Eu estava mesmo crescendo, e isso era de certa forma assustador. Então decidi pesquisar se isso só acontecia na minha cabeça.

 Meu nome é Letícia, tenho 18 anos.
 O que eu quero pro meu futuro?
Quero me encontrar acima de tudo.
 Ainda não tenho certeza do que vou escolher como profissão.
 Quero fazer tanta coisa que as vezes penso que não vou fazer nada.
E isso as vezes me assusta. Mas tem uma coisa que eu sei que não quero parar de fazer, escrever.
 Eu me lido bem com a minha mãe.
 Lógico, mãe é mãe, e nunca vão faltar aquelas discussões de vez em quando.
Já meu padrasto (pai), um dia a gente se mata...kk' Sou virgem.
E pretendo ser até encontrar a pessoa certa, não importa o tempo que levar.
O que mais me chama a atenção na sociedade de hoje, é o fato como as pessoas nunca tem paciência pra nada.
O que eu acho do comportamento dessa sociedade?
Bom, para começar, deixamos de ser uma sociedade há muito tempo.
Pois uma sociedade age em conjunto, e hoje em dia as pessoas se tornaram muito individualistas e egoístas. Nunca ninguém tem tempo pra ninguém, mas todo mundo quer atenção.
Vai entender..'

- Esses são alguns depoimentos que peguei, de adolescentes aleatórios, o resultado, escrevo em uma outra hora...

 D. - 14 anos Planos para o futuro: Se formar e se casar.
Perdeu a virgindade com 13 anos
Não lida muito bem com os pais.
 Para ela a sociedade de hoje é uma sociedade egoísta e individualista, também.

 K. - 17 anos
Planos para o futuro: Ter um apartamento e trabalhar na área da educação.
Virgem. Lida bem com os pais.
Ela acha que a sociedade se tornou machista, julgadora e ridícula.

M. - 18 anos Perdeu a virgindade com 16 anos.
Quer se formar e trabalhar na área de sua formação.
Lida bem com os pais.
Ele visa a sociedade como uma sociedade egoísta e sem o menor respeito ao próximo.