quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Nós temos voz!



 Lembro-me uma vez ter dito que queria mudar o mundo. Cheguei a ouvir que isso era uma bobagem e que eu não poderia bancar a heroína e sair salvando o planeta.
 Isso me fez querer ainda mais mostrar para as pessoas que, é possível sim transformarmos o mundo. Se cada um fizer a sua parte, se compartilharmos atos de bondade, isso se torna contagioso, como uma corrente que vai aos poucos se formando à medida que outras pessoas vão sendo tocadas pela gentileza, pela coragem, pela fé.
  Ao participar da manifestação que ocorreu no CEP em Artes Basileu França, como porta voz dos alunos, eu me senti fazendo algo tão importante, tão grande, que vi meu sonho ali se realizando. O sonho de lutar pelo direito de amar, de sonhar, de acreditar, de crescer, de ter o trabalho reconhecido.
  Foi emocionante ver crianças, adolescentes, adultos e até idosos lutando pelo mesmo objetivo de resgatar os direitos e o valor de um dos centros profissionalizantes mais importantes de Goiás, que para nós, é mais do que uma escola. Para muitos, um segundo lar.
  Conheço vários grupos que lutam por uma causa, vários jovens ativistas e idealistas como eu, capazes de criarem projetos onde a educação, a justiça, a humildade, e o bom senso são pontos de destaque, e o “ponta pé“ inicial para a batalha por um futuro melhor. Projetos que na maioria das vezes passam despercebidos aos olhos daqueles que administram nosso país. O que é um absurdo, e uma pena.
 O Brasil está passando por uma situação onde pensam mais com os pés do que com a própria mente e quem pensa com o coração, é taxado de fraco e ingênuo. Uma situação onde ousam dizer que adolescentes não tem a capacidade de fazer denuncias, ou de escrever textos bem elaborados. A educação não está apenas dentro das escolas senhores, a educação vem de berço, e muitas vezes é adquirida através da curiosidade, pela investigação, a busca de informações que hoje em dia está acessível para todas as idades.
  Em meus poucos 18 anos de idade, posso dizer que vi o suficiente para saber pelo o que lutar, e para garantir que vale a pena enfrentar as mentes fechadas que andam por aí, e correr atrás dos seus objetivos para chegar cara a cara com quem sempre duvidou de você e dizer de cabeça erguida, eu venci.

  E nós adolescentes, temos sim, a capacidade de reivindicar nossos direitos. Na verdade todos nós temos a capacidade de fazer coisas maravilhosas, todos podem ser ouvidos, apenas precisamos saber usar essa arma poderosa que o ser humano tem, chamada voz.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Carta ao governador


Senhor governador, em meus poucos 18 anos de idade, já tive o prazer de viver muitas coisas maravilhosas, uma delas, foi ter conseguido entrar no Cep em Artes Basileu França que na época ainda era apenas Veiga Valle e a maioria das outras passei nos palcos daquele teatro.
  Eu nunca iria imaginar que poderia realizar o sonho de estudar teatro e música, pois achava que era impossível por questões financeiras. Mas então ele estava lá. Esperando-me de portas abertas, e com uma excelente diretora. E é com lágrimas nos olhos e um grande aperto no coração, que envio essa mensagem de apelo, para que nossa escola continue sendo exemplo em Goiás!
 E como vamos garantir isso, sem professores? Como vamos garantir que nossas crianças e meus colegas adolescentes, tenham acesso a arte e cultura sem pesar no bolso? Como vamos garantir que não apenas as crianças de classe média e alta tenham esse acesso?  Criança que pode trabalhar a criatividade cresce um adulto e profissional melhor no futuro!
 Sei que o senhor tem filhas, e um dia suas filhas terão filhos, e depois netos, então te peço encarecidamente que pense com coração de pai, pois aquela escola não é só uma escola, ela é o nosso lar, e aquelas criancinhas da Arte Educação, são o nosso futuro! E sem esquecer que para chegar ao curso técnico, superior e então o mercado de trabalho, todos, passamos por uma iniciação antes.
 Arte também é trabalho, mas não é só isso! Arte é uma das formas mais bonitas de se ensinar a amar a vida. Se nossas crianças são o nosso futuro, e não podem aprender arte, então como será nossa cidade sem amor?
 Tudo o que pedimos, é mais valorização a cultura, e que se querem mudanças na escola, que sejam mudanças positivas, de acréscimo e não cortes! Precisamos de mais professores e não menos! Não existe idade para fazer arte! Nossas crianças não são apenas crianças. São o futuro no nosso estado.
 E nós, somos o Veiga Valle. 
 Desde já, agradeço.

 Em nome de todos os alunos e artistas dessa cidade.            
 Abraço

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Distante

Em meu canto, o pranto existe.
Apenas tente, a mente, um palpite.
Saudade que arde e implora.
Vontade que nasce e chora.
Manhã que amanhece escura.
Noite que adormece impura.
Memórias guardadas a sorrir.
Vitórias prometidas a cumprir.
Promessas a vagar em brisa fria.
Destinos a rezar em agonia.
Um grita a Deus, sua volta.
O outro senta, espera e ora.
Pensamentos cruzados.
Corpos separados.
Esperança do abraço.
A distância de um passo.

Leka Ribeiro