Lembro-me uma vez ter
dito que queria mudar o mundo. Cheguei a ouvir que isso era uma bobagem e que
eu não poderia bancar a heroína e sair salvando o planeta.
Isso me fez querer
ainda mais mostrar para as pessoas que, é possível sim transformarmos o mundo.
Se cada um fizer a sua parte, se compartilharmos atos de bondade, isso se torna
contagioso, como uma corrente que vai aos poucos se formando à medida que
outras pessoas vão sendo tocadas pela gentileza, pela coragem, pela fé.
Ao participar da
manifestação que ocorreu no CEP em Artes Basileu França, como porta voz dos
alunos, eu me senti fazendo algo tão importante, tão grande, que vi meu sonho
ali se realizando. O sonho de lutar pelo direito de amar, de sonhar, de acreditar,
de crescer, de ter o trabalho reconhecido.
Foi emocionante ver
crianças, adolescentes, adultos e até idosos lutando pelo mesmo objetivo de resgatar
os direitos e o valor de um dos centros profissionalizantes mais importantes de
Goiás, que para nós, é mais do que uma escola. Para muitos, um segundo lar.
Conheço vários grupos que lutam por uma causa,
vários jovens ativistas e idealistas como eu, capazes de criarem projetos onde
a educação, a justiça, a humildade, e o bom senso são pontos de destaque, e o
“ponta pé“ inicial para a batalha por um futuro melhor. Projetos que na maioria
das vezes passam despercebidos aos olhos daqueles que administram nosso país. O
que é um absurdo, e uma pena.
O Brasil está
passando por uma situação onde pensam mais com os pés do que com a própria
mente e quem pensa com o coração, é taxado de fraco e ingênuo. Uma situação
onde ousam dizer que adolescentes não tem a capacidade de fazer denuncias, ou
de escrever textos bem elaborados. A educação não está apenas dentro das
escolas senhores, a educação vem de berço, e muitas vezes é adquirida através
da curiosidade, pela investigação, a busca de informações que hoje em dia está
acessível para todas as idades.
Em meus poucos 18
anos de idade, posso dizer que vi o suficiente para saber pelo o que lutar, e
para garantir que vale a pena enfrentar as mentes fechadas que andam por aí, e
correr atrás dos seus objetivos para chegar cara a cara com quem sempre duvidou
de você e dizer de cabeça erguida, eu venci.
E nós adolescentes,
temos sim, a capacidade de reivindicar nossos direitos. Na verdade todos nós
temos a capacidade de fazer coisas maravilhosas, todos podem ser ouvidos,
apenas precisamos saber usar essa arma poderosa que o ser humano tem, chamada
voz.