sexta-feira, 10 de novembro de 2017

"...e eu, no Mundo"

Para, respira, e pergunta a si mesmo: "E aí, como estamos?" Um tsunami de sentimentos aparece.
Sim...vários sentimentos ...ao mesmo tempo!
Sinto em mim uma força tão grande, que às vezes penso não conseguir sustenta-la, e meu corpo entende como cansaço.
Treme. Amolece. Deita. O corpo dorme, mas a mente ainda trabalha. Respiro mais uma vez, e parece não entrar oxigênio suficiente para preencher - me.
Me sinto grande, presa num espaço pequeno.
A menina se apaixonou. Inteiramente. Profundamente.
Se encontrou frágil. Exposta. Sua alma despida, liberta teus medos mais ocultos, enquanto guarda o maior segredo de tua jovem vida.
Minha felicidade se enaltece a partir daquele sorriso.
E me pergunto pelo menos quinze vezes ao dia, como mantê-lo vivo? Como ter o teu abraço sempre acessível às minhas inseguranças?
Enquanto o mundo se desmonta lá fora, por dentro eu choro.
Vejo o menino vendendo balas, enquanto suas roupas surradas deveriam ser uniforme de escola e no lugar das balas, livros e uma corda para pular no fim de suas atividades.
E o roxo no olho da mulher, deveria ser maquiagem ou o que ela quiser, mas não um soco mulher, soco não.
Me embaralho em palavras. Me alegro com notícias felizes.
Me irrito com o homem que mente, que maltrata, que mata.
Perdi o ar. E ao me reencontrar naqueles olhos emaranhados de desejo e vida, recordo da menina que apaixonada vive, encontrando cada dia um novo motivo para que seu coração continue a bater.
Mudando de compasso a cada nova descoberta.
Permitindo sentir, na boca do estômago, a força vital que nos rege.
Vinte e dois anos, e ainda estou aprendendo a viver.
Terei setenta, e ainda não saberei se vivi o suficiente.
Porque eu sou o mundo, e eu no mundo, me mantenho a caminhar, um dia perdida, um dia esbarrando em minha própria sombra que flutua, como letras bailando em uma canção de ninar.
Amo. E porque amo, a eternidade vive dentro de mim.

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